Justiça manda São Paulo e Conmebol pagar pensão de R$ 8 mil a torcedor atingido por placa de metal
16/12/2025
(Foto: Reprodução) Torcedor é atingido por placa de metal no estádio do Morumbi
A Justiça de São Paulo mandou o São Paulo Futebol Clube e a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) pagar uma pensão alimentícia mensal provisória de R$ 8 mil a três torcedores atingidos por uma placa metálica que se desprendeu do teto do Morumbis durante uma partida.
Em maio, o caminhoneiro Ivan Bezerra da Silva e seus dois filhos ficaram feridos durante uma partida da Libertadores do São Paulo contra o Libertad, do Paraguai.
Após o acidente, Ivan chegou a ficar 18 dias internado no hospital, sendo 14 em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele sofreu traumatismo cranioencefálico.
Segundo o advogado da família, Eduardo Barbosa, o torcedor ficou com sequelas neurológicas permanentes, como paralisia facial, descontrole motor, lapsos de memória, episódios de desequilíbrio e risco de convulsões.
O despacho da 3ª Vara Cível do Foro do Butantã foi expedido na segunda-feira (15) e também determina que Ivan e a família sejam incluídos em um plano de saúde para assegurar o tratamento médico necessário.
Os documentos médicos juntados evidenciam, em cognição sumária, a gravidade do evento narrado, com submissão do autor Ivan a craniectomia descompressiva, drenagem de hematoma intracraniano e quadro neurológico relevante, além de afastamento das atividades laborais por período mínimo de 90 dias, conforme relatório médico recente.
A magistrada também afirmou que os documentos comprovam a intervenção cirúrgica em um dos filhos menores.
O clube e a Conmebol também estão sujeitos ao pagamento de uma multa diária de R$ 1 mil em caso de descumprimento da decisão.
Procurado, o São Paulo não se manifestou até a última atualização da reportagem. O g1 também tenta contato com a Conmebol.
Torcedor sofreu traumatismo cranioencefálico após ser atingido por placa no Morumbis
Montagem/g1/Arquivo pessoal
Sequelas
Em novembro, Ivan passou por uma cirurgia de cranioplastia e segue em reabilitação neurológica contínua, sem previsão de recuperação funcional completa.
Antes do acidente, ele trabalhava como caminhoneiro e tinha renda média mensal de R$ 12 mil. Atualmente, está totalmente incapacitado para o trabalho.
Sem qualquer rendimento desde o ocorrido, ele não conseguiu manter o financiamento do caminhão e acumula uma dívida milionária. Hoje, depende da ajuda de familiares e amigos para sobreviver e enfrenta dificuldades para arcar com despesas básicas.
“O que ocorreu não foi um acidente imprevisível, mas uma falha grave de segurança. Ivan entrou no estádio saudável, trabalhando e sustentando a família. Saiu com sequelas neurológicas permanentes, sem condições de voltar à profissão e em situação financeira crítica”, afirma Barbosa.