Livro 'Cabeça de Candidato', sobre bastidores das campanhas eleitorais no Brasil, é lançado no DF
22/10/2025
(Foto: Reprodução) Exemplares do livro "Cabeça de Candidato" de autoria de Alberto Lage e Iracema Rezende.
Gustavo Baxter
❓🤔 "O que se passa na mente de quem decide disputar uma eleição?" "Quais são os medos, vaidades e estratégias que podem definir vitória ou derrota nas urnas?"
Essas são algumas das questões exploradas em "Cabeça de Candidato", livro dos autores Alberto Lage, marqueteiro e especialista em política, e Iracema Rezende, psicóloga e pesquisadora de opinião pública.
O livro será lançado nesta quarta-feira (22) no Distrito Federal, com a presença dos autores. O evento acontece na Livraria da Vila, no shopping Iguatemi, no Lago Norte, a partir das 18h30.
O livro explora os bastidores das campanhas eleitorais no Brasil ao analisar perfil e atitudes de candidatos a cargos de poder desde 1985, ano da redemocratização do país.
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O livro começou a ser idealizado em 2020, quando os autores trabalharam juntos em uma campanha eleitoral. Na época, Iracema Rezende propôs um ponto-chave que viria orientar a criação da obra.
Ela sentiu falta de uma perspectiva voltada ao comportamento do candidato. Iracema entendeu que, apesar de essencial, a visão dos eleitores já foi e segue sendo amplamente debatida no meio político e acadêmico.
Então, os autores decidiram adotar uma abordagem pouco difundida, voltada para os candidatos e os bastidores das campanhas eleitorais.
"O conceito surgiu nessa nossa experiência, ao longo de muitos anos de campanha. Nós temos um contato muito direto com os candidatos. E, nessa relação, a gente percebe que o candidato é um ser humano, o candidato tem defeitos, o candidato tem inseguranças, certezas, ele tem ego".
Autora Iracema Rezende autografa exemplar de "Cabeça de Candidato" em lançamento em Belo Horizonte.
Gustavo Baxter
Lançamento em período eleitoral
O livro foi lançado oficialmente no último dia 4 em Belo Horizonte (MG), terra natal dos autores. A data marcou um ano exato de distância para o primeiro turno das eleições de 2026.
Segundo os autores, a exatidão da data foi uma coincidência.
"Quando a gente marcou o dia do primeiro lançamento em Belo Horizonte, alguém me falou: 'nossa, falta exatamente um ano pra eleição!' E a gente não tinha se tocado disso", revelou Alberto.
O autor Alberto Lage autografa exemplar do livro "Cabeça de Candidato" em lançamento em Belo Horizonte.
Gustavo Baxter
A corrida eleitoral para 2026 já começou e o livro, além de colaborar na atuação de quem trabalha em campanhas eleitorais, também serve como uma forte ferramenta para os eleitores e pessoas interessadas nos rumos da política brasileira e seu histórico.
"A pesquisa para esse livro, ela surge primeiro em casos concretos. A partir desses casos, a gente começou a buscar exemplos na literatura para entender esses comportamentos [...] Nossa grande colaboração, nosso sonho aqui, é criar na cultura política um ambiente que valorize os dissensos, a discordância, que estimule os assessores e marqueteiros a avisarem para o chefe deles quando que eles sentem que o barco está afundando".
"E que os candidatos reconheçam que eles têm medos, que eles têm vaidades, mas que fiquem menos paranoicos, tenham uma relação mais saudável" .
"Para o eleitor em geral, é realmente conhecer como que essas disputas ocorrem. A gente acompanha notícias na política e às vezes perde uma parte importante da compreensão da notícia. Sobre, por exemplo, como alianças e composições políticas são feitas e desfeitas por vaidade pessoal, ou porque um não gosta do outro, ou porque um saiu com a namorada do outro. Tem muitas coisas que fazem diferença".
O mais importante é ganhar?
Com estilo leve, o livro convida o leitor a um mergulho nos bastidores das campanhas, abordando dilemas éticos, o peso das pesquisas qualitativas, episódios históricos e reflexões que atravessam gerações de políticos brasileiros.
De acordo com o livro, há várias maneiras de um candidato ser bem-sucedido ao concorrer, como criar currículo e futuras oportunidades.
Os autores trazem, como exemplo, o caso de um candidato que concorreu a um cargo elevado, não venceu, mas cresceu dentro do próprio partido – e, posteriormente, foi alçado a um cargo em um outro governo da mesma sigla.
"Há, por exemplo, pessoas que perdem e ganham lá na frente. E pessoas que ganham e acabam prejudicando a vida dos outros e a própria vida", ressalta Iracema.
Casos como esse e outros foram vistos de perto pelos autores, que já participaram de diversas campanhas de todos os lados da política brasileira.
Os autores explicam que o trabalho dos especialistas e integrantes de campanhas políticas, assim como muitos outros cargos, não pode e não deve se ater a ideologias e, que é muito comum, por exemplo, um marqueteiro de um candidato votar em outro.
O prefácio é assinado pelo cientista político Felipe Nunes, Ph.D. em Ciências Políticas pela UCLA (Universidade da Califórnia, Los Angeles) e fundador da Quaest (Instituto de Pesquisa), que ressalta:
“Não basta comunicar-se bem; é preciso comunicar a mensagem certa, para o público certo, no momento certo. A história está repleta de exemplos de candidatos que ignoraram essa lição e, por isso, pagaram o preço nas urnas".
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