Na última reunião de 2025, Copom deve manter novamente juro estável em 15% ao ano

  • 10/12/2025
(Foto: Reprodução)
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reúne nesta quarta-feira (10) e deve manter a taxa básica de juros da economia inalterada em 15% ao ano — o maior patamar em quase 20 anos. Essa é a expectativa dos economistas do mercado financeiro. Se confirmada, esta será a quarta manutenção seguida da taxa Selic. O anúncio da decisão do BC acontecerá após as 18h. 🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre. ▶️Nesta semana, a maioria dos economistas do mercado financeiro também deixou de acreditar que o início do processo de corte da taxa básica de juros da terá início em janeiro deste ano. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Isso mostra que o mercado está dividido, com a maioria das instituições financeiras consultadas, neste momento, ainda apostando que o início do ciclo de redução do juro começará em março, quando a taxa seria reduzida para 14,5% ao ano. Como o Banco Central atua? Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções de inflação estão em linha com as metas, é possível baixar os juros. Se estão acima, o Copom tende a manter ou subir a Selic. Desde o início de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo foi fixado em 3% e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%. Com a inflação ficando seis meses seguidos acima da meta em junho, o BC teve de divulgar uma carta pública explicando os motivos. Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses. Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia. Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo trimestre de 2027. Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 4,40%, 4,16%, 3,8% e em 3,5%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC. Desaceleração da economia O BC tem dito claramente que uma desaceleração, ou seja, um ritmo menor de crescimento da economia, faz parte da estratégia de conter a inflação no país. Prédio do Banco Central, em Brasília Flickr do BCB A explicação é que, com um ritmo menor de crescimento, há menos pressões inflacionárias, principalmente no setor de serviços. ➡️Na ata da última reunião do Copom, divulgada em 11 de novembro, o BC informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo. ➡️Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação. "A atividade econômica doméstica manteve trajetória de moderação no crescimento, reforçando a interpretação do cenário delineado pelo Comitê estar, até agora, se concretizando. Os dados mais recentes corroboram, em geral, o prosseguimento de uma redução gradual de crescimento, ainda que, em momentos de inflexão no ciclo econômico, seja natural observar sinais mistos advindos de indicadores econômicos ou alguma diferença entre as expectativas e as divulgações", informou o Banco Central. O que dizem analistas De acordo com análise do Itaú, embora tenha sido registrada melhora qualitativa da inflação, com inflação corrente e núcleos em trajetória de recuo e, também, um reforço do cenário de "moderação da atividade", algo buscado pelo Banco Central para dar início ao ciclo de corte de juros, o Copom deve manter a taxa estável nesta quarta-feira em 15% ao ano. "O comitê deve indicar que a estratégia atual tem se mostrado adequada, mas enfatizar a necessidade de paciência e serenidade, com passos futuros condicionados à evolução dos dados de atividade, inflação, expectativas e projeções", avaliou a instituição, em comunicado. Para o Itaú, o início do ciclo de cortes deve ser em janeiro de 2026, com redução de 0,25 ponto percentual (para 14,75% ao ano). Segundo José Aureo Viana, economista, sócio e assessor da Blue3 Investimentos, o BC deve manter o juro estável nesta semana reconhecendo a desaceleração da atividade e o alívio inflacionário, mas ainda "travado" pelo risco fiscal (alta de gastos públicos, que impactam as expectativas de inflação). "A mensagem deve ser de continuidade: juros altos por mais tempo, com qualquer discussão de corte ficando mais para frente, em 2026, num processo muito gradual. Aqui, o que realmente importa é o tom do comunicado, se o BC vai abrir, mesmo que de forma sutil, a porta para uma normalização futura, ou se reforçará o conservadorismo diante das incertezas fiscais", disse José Aureo Viana, da Blue3 Investimentos. Já análise do C6 Bank diz que, embora a inflação corrente tenha melhorado, o BC deve manter o juro estável e justificar a decisão pelo fato de as projeções de inflação ainda estarem acima das metas nos próximos anos, a atividade econômica estar "resiliente" e por pressões no mercado de trabalho. "Acreditamos que o Comitê pode sinalizar uma melhora no cenário prospectivo para a inflação, reconhecendo os avanços descritos acima, mas ainda preservando um tom de cautela (...) Nossa expectativa é de que o ciclo de cortes da Selic comece em março, com a taxa de juros terminando 2026 em 13% [ao ano]", concluiu o C6, em sua análise.

FONTE: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/12/10/na-ultima-reuniao-de-2025-copom-deve-manter-novamente-juro-estavel-em-15percent-ao-ano.ghtml


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