'Não existe saúde em Campo Grande': representante do CRM aponta risco de colapso na rede pública
10/12/2025
(Foto: Reprodução) CRM relata falta de medicamentos e insumos nas unidades de saúde em Campo Grande
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM/MS) e o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed/MS) divulgaram nesta terça-feira (9) uma nota pública que alerta para o desabastecimento de medicamentos e insumos básicos nas unidades de saúde de Campo Grande. Veja o vídeo acima.
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De acordo com o documento, vistorias feitas em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Centros Regionais de Saúde (CRS) mostraram estoques baixos de remédios e falta de insumos como luvas, lençóis e cânulas. Esses materiais são considerados essenciais para garantir o atendimento e a segurança de profissionais e pacientes.
A nota afirma que o problema não é isolado e já dura mais de um ano. Segundo o CRM e o Sinmed, a situação aumenta os riscos à saúde da população, prejudica o ambiente de trabalho e gera denúncias recorrentes encaminhadas às entidades.
O documento também aponta que a falta de um secretário municipal de saúde, desde setembro, dificulta a definição de responsabilidades e atrasa medidas para enfrentar a crise.
Colapso na saúde
A vice-presidente do Sinmed/MS, Rosimeire Árias, disse que a situação é grave e afeta diretamente os profissionais, que tentam suprir a demanda para manter os atendimentos.
“Muitos médicos estão comprando medicamentos e insumos para continuar trabalhando. Sem isso, a população vai sofrer. Não há vagas em leitos hospitalares. O paciente permanece por muito tempo dentro da UPA, sem medicação e insumos, e acaba agravando seu estado de saúde. Então, realmente estamos em um colapso total com relação à saúde aqui em Campo Grande”.
Rosimeire ainda relata que outra preocupação, é em relação a segurança das equipes quanto a violência nas unidades de saúde.
"Realmente facilita, inclusive ontem tivemos um caso de uma agressão recepcionista, por conta de toda essa insatisfação da população".
O que diz a Sesau
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) afirmou que não há desassistência na rede. Segundo a pasta, o abastecimento de medicamentos e insumos está em andamento e deve atingir 90% de reposição até a próxima quinzena.
A Sesau informou ainda que os estoques são monitorados constantemente e que medidas como a aceleração de licitações estão sendo adotadas para evitar novos desabastecimentos. Leia a nota na íntegra abaixo:
"A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que não há desassistência na rede e que o reabastecimento de medicamentos e insumos está em andamento, com previsão de alcançar 90% de restabelecimento até a próxima quinzena. A Sesau mantém monitoramento permanente dos estoques e adota medidas como aceleração de licitações, reprogramação de itens desertos e acompanhamento rigoroso dos prazos de entrega, garantindo a regularização progressiva do fornecimento em toda a rede. Paralelamente, o Comitê Gestor da Saúde vem fortalecendo a gestão com revisão de contratos, reorganização de equipes, visitas técnicas contínuas e implantação de sistemas modernos de controle, como o e-SUS Farmácia, que aprimora o monitoramento dos estoques. O Município reforça que atua de forma técnica, responsável e contínua para assegurar o pleno funcionamento das unidades e a assistência à população".
UPA Coronel Antonino, Campo Grande
TV Morena
*Estagiária sob supervisão de José Câmara.
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